506 anos da Reforma Protestante do século XVI: o que isto tem a ver com o nosso tempo?

No dia 31 de outubro lembramos a Reforma Protestante, que conforme aborda o Pastor Rev. Gabriel Aquino da Cruz, um evento histórico que fez estremecer o mundo medieval, e que ainda tem sua influência e impacto nos dias atuais. A Reforma Protestante, marca a transição da Idade Medieval para a Idade Moderna.

506 anos da Reforma Protestante do século XVI: o que isto tem a ver com o nosso tempo?

 

Estamos prestes a comemorar mais um ano da Reforma Protestante do Século VI (31 de outubro de 1517), ou seja, 506 anos. Este evento que fez estremecer o mundo medieval, ainda tem sua influência e impacto nos dias atuais. Porém, se você sair as ruas perguntando para as pessoas sobre este evento histórico, a maioria delas não terão resposta pelo desconhecimento, outros poucos, muito poucos vão apenas falar que foi um evento religioso iniciado por um religioso chamado Martin Lutero na Alemanha, e uma mínima massa falará sobre a sua real importância e influência desta data.

A Reforma Protestante, marca a transição da Idade Medieval para a Idade Moderna. Este rompimento com o período medieval, estabelece novos paradigmas em várias áreas da civilização e da sociedade da época. Como bem afirmou o cientista político Robinson Cavalcanti em sua obra “Cristianismo e Política, “A Reforma foi a faceta religiosa de todo um processo sócio-econômico-político-cultural que resultou na superação da Idade Média e no emergir da modernidade”.

Não mais a Igreja ou a Santa Sé é a detentora da verdade e da ligação entre Deus e os homens. Agora todos tem livre acesso a Deus sem a mediação da igreja e dos seus sacerdotes. A liberdade é a marca e o símbolo deste período.

Esta nova cosmovisão de mundo, foi de suma importância para o desenvolvimento de uma sociedade cujos valores humanos fizeram aflorar o ideal de liberdade, igualdade e progresso. Destaca-se aqui a importância da volta às Escrituras Sagradas e o estudo das línguas bíblicas como o fator central e propulsor deste movimento. Martinho Lutero, ao publicar suas 95 teses, provoca drásticas alterações na maneira de entender a fé. A igreja havia mantido os cristãos afastados da principal fonte de informação sobre o próprio cristianismo, isto é, a Bíblia. Ao atribuir ao indivíduo a responsabilidade pela sua relação com o Criador, Lutero minimiza ou anula a função mediadora da igreja e volta a enfatizar a autonomia do ser humano nas questões espirituais.

Esta autonomia, entretanto, exige um processo educativo através do qual as pessoas possam conhecer a Deus, a si mesmos e as obras criadas as quais revelam a sabedoria do Criador. Porém, estavam alheios a este conhecimento pelo simples motivo de não compreenderem as mesmas, visto que havia neste período um analfabetismo extremo que impossibilitava este conhecimento. Lutero então, para combater esta ignorância faz a tradução do Novo Testamento para o vernáculo alemão, o qual é publicado em setembro de 1522, transformando-se numa base para todo o processo de alfabetização pública.

Os reformadores tinham a clara intencionalidade em criar escolas para educar o povo nos novos princípios e valores da Reforma. A participação deles na expansão da educação foi de suma importância para a disseminação dos ideais reformistas por todo o mundo Ocidental.

Outro importante reformador e sistematizador dos ideais reformistas foi João Calvino (1509-1564), reformador de Genebra. Assim como Lutero, Calvino foi um grande estudioso das Escrituras Sagradas, paixão que o levou a sistematizar todo o ensino bíblico para melhor compreensão dos seus ouvintes e leitores. Foi um grande promotor da Educação, criou a Academia de Genebra, hoje Universidade de Genebra (Suíça).

Concluindo, poderíamos falar extensamente sobre o quanto a Reforma Protestante do Século XVI contribuiu e tem contribuído para a formação das nações nas várias áreas da sociedade: política, educação, ciência, arte, leis, economia, trabalho e etc. Porém, se não fora o seu aspecto principal a volta às Escrituras e a propagação do Evangelho como centro unificador das suas ações, hoje o mundo continuaria em densas trevas e caos.

Louvado seja o Senhor pela vida de homens e mulheres que lutaram para que a Bíblia fosse levada a tantas nações e povos que agora iluminados por ela vivem a liberdade verdadeira que somente o Evangelho de Cristo Jesus pode nos dar.

Rev. Gabriel Aquino da Cruz

Rev. Gabriel Aquino da Cruz

Pastor da Igreja Presbiteriana do Jd. Itapuan, Santo André - SP. É professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP, doutorando em Letras (UPM), Mestre em Ciências da Religião (UPM), Bacharel em Teologia (JMC/UPM) e Bacharel em Administração (USCS). Um dos autores do livro “500 anos da Reforma: muito além da religião”, TENEO Editora.

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